A polêmica da redução do custo de energia no Brasil

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A indústria clama pela redução do custo da energia. O presidente da FIRJAN comenta que o custo da energia deveria cair em pelo menos 35% para se equiparar aos custos internacionais. O representante da FIESP afirmou que o custo da energia pode cair em até 85% do valor atual. O argumento é que as usinas em operação atualmente já foram totalmente amortizadas e que não tem mais sentido a sociedade continuar pagando esse custo. Uma das propostas é que as atuais concessões sejam prorrogadas por mais 20 anos com uma redução de 10% para os consumidores residenciais e 20% para a indústria.

A partir de 2015, 112 concessões de geração devem terminar, o que representa 28% da geração de energia do país. Também, venceram os contratos de concessão de 73 mil quilômetros de linhas de transmissão, que representa 83% do total das linhas e de 37 distribuidoras de energia.

O governo é favorável a redução do custo da energia, que pode servir para controlar a inflação e trazer mais competitividade para a indústria.

Entretanto, a questão não é tão simples assim. O modelo de comercialização de energia elétrica no país é baseado em leilões. Se retirar a amortização das usinas já estabelecidas o custo da energia das novas usinas não será competitivo nos leilões, tirando a atratividade de investimento para novos empreendimentos.

O desafio será encontrar um modelo que desonere a sociedade dos altos custos de energia e mantenha a atratividade de investimentos para novas geradoras.

Veja a reportagem do Valor Econômico.

Por Eduardo Fagundes

Eduardo Fagundes é fundador da nMentors. Engenheiro, professor, pesquisador e empreendedor. Como executivo (C-Level) desenvolveu projetos de tecnologia na Alemanha, Argentina, Estados Unidos, Índia, Inglaterra e Itália. No Brasil, lidera projetos complexos de tecnologia e sustentabilidade para os setores de engenharia, manufatura, serviços e energia. Atua como coordenador acadêmico em projetos educacionais avançados de capacitação profissional.