Smart Grid e os veículos elétricos

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Caminhamos para a adoção maciça de carros elétricos. Existem alguns pontos que precisam ser amplamente discutidos sobre o impacto do carregamento das baterias desses carros. Um ponto é o impacto no sistema elétrico quando os usuários chegarem em casa e conectarem os carros na tomada para carregar as baterias. Outro ponto é a segurança na conexão nos pontos de recarga públicos.

O impacto no sistema elétrico para recarga das baterias dos carros pode ser similar ao impacto do uso de chuveiro elétrico, atualmente, no horário de ponta, entre 18h às 21h. Com o agravante que é necessário mais tempo de conexão do que a média de 10 minutos do banho de chuveiro.

Para evitar esse impacto de carga os carros devem ter dispositivos para programar a recarga para fora dos horários de ponta e dos períodos de posto intermediário (uma antes e uma hora depois do horário de ponta).

A funcionalidade de programação de recarga deve ser um requisito obrigatório em todos os veículos elétrico e a regulamentação deve ter amplamente discutida com a participação da ANEEL, Ministérios, montadoras de veículos, concessionárias e consumidores.

Outro ponto a ser discutido é a segurança lógica das conexões dos carros nas recargas. Uma condição importante para a recarga, principalmente, em postos públicos é a identificação do veículo. Essa identificação permite a bilhetagem do consumo, gera informações para o gerenciamento do carro e bloqueia a recarga de veículos roubados.

Entretanto, a identificação do veículo cria vulnerabilidades para os usuários se essas informações caírem nas mãos de hackers. Um ponto de recarga poderá ser invadido e infectar o sistema de controle do carro, cada vez mais dependente de softwares. Pode também, roubar informações privadas dos usuários, como o número do cartão de crédito e outras informações de confirmação de identidade. Isso deixaria os usuários a mercê de vários tipos de fraudes.

Essas discutições podem ser incluídas nos fóruns de Internet das Coisas (Internet of Things) e servir de base para o legislador trabalhar na regulamentação de normas para proteger a segurança dos usuários.

Por Eduardo Fagundes

Eduardo Fagundes é fundador da nMentors. Engenheiro, professor, pesquisador e empreendedor. Como executivo (C-Level) desenvolveu projetos de tecnologia na Alemanha, Argentina, Estados Unidos, Índia, Inglaterra e Itália. No Brasil, lidera projetos complexos de tecnologia e sustentabilidade para os setores de engenharia, manufatura, serviços e energia. Atua como coordenador acadêmico em projetos educacionais avançados de capacitação profissional.