Transforme a demissão de empregados em oportunidades profissionais e de negócios


A pandemia do novo cornonavírus, o Covid-19, causou uma onda disruptiva no planeta em, praticamente, todas as áreas: econômica, ambiental e social. Esta onda, quebra paradigmas, destrói conceitos antigos e força a adoção de novos parâmetros. Usar mesmas estratégias para enfrentar crises econômicas, como demissão de pessoal, que deve ser revista para um novo conceito de aproveitar o momento para emponderar as pessoas, fazendo-as serem mais participativas nas estratégias da empresas e obtendo mais recompensas das empresas. Nesta crise internacional, várias empresas no mundo estão se reinventando através da tecnologia. O uso de ferramentas de inteligência artificial, que hoje se tornou acessível a todos, deve fazer parte do cotidiano das empresas para melhorar sua capacidade de tomadas de decisão. Ou seja, novos tempos exigem novas soluções.

O mercado financeiro prevê uma redução do PIB para menos de 2,96%, no Brasil em 2020. O Banco Central, no boletim Focus, reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 2020 para 3%. As previsões do mercado para o PIB brasileiro em 2021 são de crescimento de 3,10% e, para 2022 e 203 com previsão é de 2,50%. O dólar, que atingiu a marca recorde de R$5,57 (24/4/2020), deve fechar o ano de 2020 em R$4,80, em 2021 em R$4,50, em 2022 em R$4,40 e 2023 em R$R$4,50.

No plano ambiental, experimentamos uma redução drástica da poluição nas cidades com a redução de circulação de veículos com motores a combustão, evidenciando que a vida pode ser prolongada nas cidades com a redução do uso de carros poluentes por ônibus e trens elétricos, veículos leves elétricos (patinetes, bicicletas e outros) e carros elétricos. O trabalho remoto, o home office, além de demonstrar sua eficiência e maior produtividade em diversas áreas, mostrou que as pessoas podem evitar o desperdício de tempo no trânsito e, consequentemente, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa. O isolamento horizontal, mostrou que podemos encontrar novos estilos de vida, abrindo novas perspectivas de lazer e convívio familiar com consumo consciente, reduzindo a pegada ecológica individual. Espera-se que a redução do preço do barril do petróleo para menos de US$30 não desacelere as iniciativas de uso de energias sustentáveis.

Na área social, o desafio do isolamento, nunca experimentado pelos brasileiros, mostra o quão importante é a família, os amigos e o trabalho. Privar as pessoas da dignidade de trabalhar para gerar o seu sustento e de sua família, talvez, esta angústia só seja superada pelo risco de morte provocado pelo novo coronavírus.

As empresas, para se adequar as novas condições econômicas e de mercado, aceleraram suas estratégias de transformação digital. Esta situação, não particular do Brasil, provocará mudanças, significativas, nos negócios internacionais, incluindo as atuais cadeias de produção. Impulsionadas pela Indústria 4.0, com uso extremo de automação na indústria, destruirá o conceito de globalização que aproveitava a mão-de-obra intensiva barata dos países asiáticos e subdesenvolvidos, a chamada desglobalização.

Estes cenários provocará uma profunda transformação nas relações entre patrões e empregados. Vínculos históricos, protegidos por leis protecionistas, deverão, e estão sendo substituídas por regras mais flexíveis que garantem a empregabilidade das pessoas.

Estas transformações devem mudar os conceitos e as visões dos empresários, fazendo-os enxergar que a demissão de empregados não é a melhor solução para o crescimento e sustentabilidade da sua empresa. Demitir, significa se desfazer de parte da cultura e conhecimento da sua empresa. Demitir, reduz a entropia de ideias, essenciais para transformar os negócios para enfrentar os novos tempos.

Melhor que demitir, é mudar a relação com os empregados. Ao invés de ter despesas com indenizações e programas de replacement, a melhor solução é investir em projetos de inovação liderados por seus empregados, em uma nova relação de trabalho. Transforme um empregado em um sócio em uma startup para testar novos produtos e serviços, dando autonomia e deixando-o explorar todo o seu potencial, muitas vezes limitado pelas amarras organizacionais.

Os governos, que tiveram que assumir a responsabilidade pelo sustento dos cidadãos, devem ampliar seus programas de incentivo a startups, criando melhores condições para se criar empresas, investimentos subsidiados, menos impostos e menos burocracia.

As escolas técnicas e Universidades têm uma grande responsabilidade nesta transformação, criando cursos alinhados com ações de empreendedorismo e o ensino de novas tecnologias e modelos de governança e gestão modernos para que seus estudantes possam enfrentar os novos desafios que vem pela frente.

As empresas devem investir em inteligência artificial para melhorar e extrair o máximo do conhecimento de seus processos e do mercado. Empresas que orientam seus negócios e tomadas de decisão baseadas em dados se destacam na competitividade empresarial.

Por fim, transforme o conceito de demissão, ao invés de perder um empregado por ganhar um sócio que pode ajudar no crescimento da sua empresa.